A escravidão do povo de Israel no Egito: causas e significado bíblico

A história da escravidão do povo de Israel no Egito é um dos eventos mais marcantes do Antigo Testamento. Durante aproximadamente 400 anos, os descendentes de Jacó viveram sob a opressão dos faraós, até que Deus os libertou por meio de Moisés. 

Mas como os israelitas chegaram a esse ponto? E por que demoraram tanto tempo para serem libertos? É que você vai entender agora neste artigo.

Como o povo de Israel chegou ao Egito?

A presença dos israelitas no Egito teve início com José, filho de Jacó. Vendido como escravo por seus irmãos, José foi levado ao Egito, onde, pela providência divina, tornou-se governador, segundo no comando depois do faraó.

Durante uma grande fome, seus irmãos foram ao Egito em busca de alimento e, eventualmente, José revelou sua identidade. Com isso, Jacó e toda sua descendência mudaram-se para a terra de Gósen, onde foram bem recebidos e prosperaram (Gênesis 47:11,12).

11 E assim José reservou a melhor terra do Egipto - a terra de Ramassés - para o seu pai e os irmãos viverem lá, tal como Faraó tinha indicado. E forneceu-lhes alimentos, de acordo com os seus agregados familiares.

De povo acolhido a escravizados

Com o passar dos anos, José morreu e um novo faraó surgiu, que "não conhecia a José" (Êxodo 1:8). O povo de Israel cresceu numericamente e tornou-se uma nação dentro do Egito, o que gerou medo nos egípcios. Como resposta, os faraós escravizaram os israelitas, submetendo-os a trabalhos forçados e opressão.

A escravidão foi tão severa que o faraó ordenou a morte de todos os bebês do sexo masculino para impedir o crescimento do povo (Êxodo 1:22). No entanto, Deus tinha um plano para libertá-los e, para isso, levantou Moisés como seu escolhido.

Por que ficaram 400 anos no Egito?

A permanência dos israelitas no Egito por 400 anos foi profetizada por Deus a Abraão: "Sabe, com certeza, que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e servi-los-á, e será afligida por quatrocentos anos." (Gênesis 15:13)

Esse período longo serviu a propósitos divinos:

1. Crescimento do povo: No Egito, os israelitas multiplicaram-se e formaram uma nação forte e numerosa, conforme a promessa de Deus a Abraão.

2. Cumprimento do tempo da justiça de Deus: Deus esperava o momento certo para julgar os egípcios e também para que a iniquidade dos cananeus chegasse ao seu limite (Gênesis 15:16).

3. Formação de uma identidade nacional: A escravidão criou um senso de unidade e dependência de Deus, preparando-os para serem um povo separado e governado pela Lei divina.

A libertação e a jornada pelo deserto

Deus levantou Moisés para confrontar o faraó e conduzir os israelitas para fora do Egito. Após as dez pragas enviadas por Deus, o faraó finalmente permitiu que saíssem, levando ao evento conhecido como o Êxodo.

No entanto, ao invés de uma jornada curta até a Terra Prometida, os israelitas peregrinaram por 40 anos no deserto. Esse período de provação foi consequência da incredulidade e desobediência do povo, que frequentemente duvidava de Deus e murmurava contra Moisés (Números 14:33,34). 

Somente a nova geração, liderada por Josué, teve a oportunidade de entrar na Terra Prometida.

O significado da história para os cristãos hoje

A escravidão e a libertação dos israelitas simbolizam a jornada espiritual de cada crente. Assim como Deus resgatou Seu povo da escravidão no Egito, Cristo nos resgatou da escravidão do pecado. Como Paulo ensina:

20 No tempo em que eram escravos do pecado, a obediência a Deus não era a vossa preocupação. E qual era o resultado disso, de que agora até têm vergonha? O fim dessas coisas conduz à perdição eterna

22 Mas eis que agora, libertados do poder do pecado, são escravos de Deus, tendo como fruto a santidade e como objectivo último a vida eterna.

O grande ensinamento para nós é confiar no tempo de Deus, perseverar na fé e reconhecer que nossa verdadeira libertação está em Cristo… Amém!

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