A paz possível

A paz é, sem dúvida, um dos bens mais desejados pelos seres humanos. Não há como negar que viver em um ambiente belicoso e repleto de conflitos é extremamente desgastante. A falta de paz adoece, afeta nossas relações e até pode encurtar nossa vida. Por isso, a busca pela paz é um esforço contínuo e universal entre as pessoas. No entanto, os esforços humanos para estabelecer uma paz duradoura acabam, muitas vezes, resultando em frustrações repetidas.

A Fé Cristã vive o paradoxo de ser praticada pelos filhos de Deus em um mundo sem paz; no entanto, ela também impõe aos seus seguidores o dever de buscar uma vida pacífica, quieta e tranquila. Mas nem sempre isso é possível, porque nem todas as pessoas estarão dispostas a viver em paz conosco. Jesus mesmo alertou que não veio trazer paz, mas espada, e que os seus seguidores enfrentariam conflitos com os interesses deste mundo, o que tornaria difícil alcançar uma paz duradoura. Contudo, as Escrituras nos revelam que há uma paz que excede todo o entendimento, uma paz que permanece em nós, mesmo em meio a conflitos, por causa do amor a Cristo (Filipenses 4:7).

Nas bem-aventuranças, Cristo afirma que os pacificadores serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:9). Isso significa que o Deus de Paz se reflete em nós, aqueles que O servem em espírito e em verdade, e que buscamos viver em paz com todos (Romanos 15:33). Claro que isso não é fácil, nem sempre possível; mas é perfeitamente viável, especialmente quando somos preenchidos pela paz de Deus e a transmitimos por meio de um comportamento prudente, cuidadoso e vigilante (1 Pedro 5:8).

Por meio da ação do Espírito Santo em nós, podemos viver em paz com Deus e com todas as pessoas. Mesmo quando atacados em nossa fé e integridade, devemos lutar, sim, mas para preservar a paz entre nós e os outros.

Deus lhe abençoe!

"A paz, se possível, mas a verdade a qualquer preço." (Martinho Lutero)

ORE: Senhor, queremos viver em paz e ter paz com todas as pessoas. Ensina-nos a ser pacificadores. Amém.

Benignidade: a prática do bem sem olhar a quem!

A prática do bem é uma responsabilidade humana universal. Independentemente de crença ou fé, todas as pessoas devem pautar sua vida pela prática de boas ações que impactem positivamente a vida de outros. A prática do bem é tão essencial à vida humana que muitas religiões acreditam que as boas obras são suficientes para alcançar a vida eterna.

Fazer o bem traz uma sensação de prazer e alegria. Afinal, é gratificante ser útil e ajudar os outros! No entanto, o verdadeiro desafio surge quando somos chamados a fazer o bem a quem nos faz mal. A verdadeira benignidade cristã nos chama a retribuir o mal com o bem, continuando a prática do bem, mesmo diante do sofrimento (Mateus 5:44).

Jesus é o exemplo perfeito dessa benignidade altruísta e incondicional. Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam (João 1:11). Ele trouxe paz e boa vontade aos homens, mas muitos o rejeitaram e até se opuseram a Ele. Ele veio oferecer perdão e a chance de reatar a amizade com Deus aos homens que eram inimigos de Deus (Mateus 4:17).

Fazer o bem, especialmente para aqueles que se opõem a nós, é uma poderosa maneira de transmitir o Amor de Deus. Embora boas obras não possam salvar ninguém, elas são uma expressão do amor que Deus derramou em nossos corações, e podem abrir portas para que um coração endurecido reconheça que Deus é Amor (1 João 4:16).

Pratique o bem, sem olhar a quem!

Deus lhe abençoe!

"A grande façanha da vida é compreender que é possível fazer o bem, mesmo não sendo bom, porque não há ninguém bom, a não ser o nosso Deus. E é a bondade de Deus que se revela em nossos atos de benignidade." (Aureliano Jr.)

ORE: Deus Benigno, capacita-nos a fazer o bem em qualquer circunstância, independentemente de quem seja a pessoa que necessite de nossos atos de bondade. Amém.

A unidade do corpo de Cristo

A unidade é fundamental para o bom funcionamento do Corpo de Cristo, a Igreja. Desde o início, logo após o Pentecostes, o escritor do livro de Atos descreve a Igreja como um grupo unânime, onde todos tinham tudo em comum (Atos 2:42). No entanto, com o tempo, essa unidade começou a enfraquecer, colocando em risco a integridade do Corpo de Cristo. Vemos Paulo expressando preocupação com isso ao escrever à igreja de Éfeso (Efésios 4:3-13) e insistindo no mesmo tema com os irmãos de Filipos (Filipenses 2:1-5). A sua carta aos romanos também destaca a necessidade de unidade. Em várias de suas epístolas, Paulo manifesta essa preocupação, sugerindo que o Novo Mandamento deixado por Jesus começou a ser negligenciado ao longo do tempo (Apocalipse 2:4).

Viver em unidade não significa apagar a nossa individualidade. Ser unânimes não implica que todos devam ter as mesmas opiniões, mas sim que, por meio do Espírito Santo, podemos viver em harmonia, respeitando as diferenças. A unidade da Igreja não exige uniformidade de pensamentos, mas sim a capacidade de agir em conjunto, mesmo quando discordamos em certos pontos. A Bíblia nos ensina que cada um deve examinar a si mesmo (1 Coríntios 11:28) e que daríamos conta de nós mesmos diante de Deus (Romanos 14:12). Portanto, a unidade não é sobre apagar as individualidades, mas sobre buscar, juntos, a vontade de Deus.

Fomos chamados para viver em unidade. Fomos preparados para praticar a unanimidade no Espírito. O Corpo de Cristo é um só, e nós fazemos parte dele, com a diversidade de dons e talentos, mas sempre com um único propósito: glorificar a Deus.

Deus lhe abençoe!

"Deus está mais interessado no amor entre os membros de Sua família do que na inerrância das opiniões desses irmãos." (Paul E. Bilheimer)

ORE: Deus de Amor, una-nos por meio do teu Espírito Santo que habita em nós. Queremos ser unânimes no desejo de cumprir a tua vontade. Amém.