Autoridades

Paulo dá esse conselho no contexto histórico da dominação do Império Romano, sobre quase todo o mundo conhecido de então. É certo que ele pretendia com isso que os cristão vivessem de maneira quieta e sossegada, de maneira mansa e pacífica, aguardando a bem-aventurada esperança da vida eterna. O que Paulo  pretendeu foi que o comportamento cristão não seja um impeditivo à proliferação da pregação do Evangelho de Cristo Jesus.

Paulo não estava fomentando uma obediência cega e destituída do criticismo balizado nas Escrituras Sagradas. Por óbvio, se as autoridades terrenas se interpusessem à Fé Cristã, deveriam os filhos de Deus formar fileiras em favor do Reino de Deus ao custo até mesmo da própria vida. O que ele estava instruindo é que os cristãos deviam obedecer às autoridades em tudo aquilo que contribuísse para que a Igreja do Senhor Jesus permanecesse em paz, mesmo sendo perseguida.

Jesus nos deixou uma lição de respeito às autoridades, mesmo sendo tendo autoridade divina, ao recomendar que os discípulos que dessem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (Lucas 20:22-25). Ele se submeteu à Lei dos judeus e dos romanos, quando, ao ser preso, não resistiu, mesmo inocente (Isaías 53:7). Esse exemplo também foi repetido pelos apóstolos, quando eram presos por causa do evangelho de Cristo Jesus. Pedro e Paulo foram presos  (Atos 12:5-12; Atos 16:16-34); Tiago foi morto ao fio da espada (Atos 12:2)0; os demais apóstolos, diz a Tradição, foram martirizados; e João foi exilado na ilha de Patmos (Apocalipse 1:9).

Obedecer é difícil; mas, honra a Deus!

Deus lhe abençoe!

"A obediência só é valiosa quando nos impele a fazer o que não é a nossa vontade.” (Aureliano Jr.)

ORE: Senhor, Pedimos a tua sabedoria para sabermos viver em obediência às autoridades, sem, no entanto, contrariar a tua própria autoridade. Amém.

Só o bem pode vencer o mal

A fé cristã não pode ser vivida por alguém que ainda está em seu estado natural, ou seja, afastado de Deus e preso ao pecado (Isaías 59:2). A Bíblia nos ensina que o homem natural não consegue compreender as coisas de Deus. Na verdade, a vontade divina parece loucura para quem não tem o Espírito Santo (1 Coríntios 2:14-16). Retribuir o mal com o bem? Amar os inimigos? Abrir mão da vingança? Essas atitudes vão contra a lógica humana, mas são exatamente o que Deus espera de nós. E só conseguiremos agir assim se estivermos cheios do Espírito Santo (Efésios 5:18).

Quando escolhemos fazer o bem sem distinção — socorrendo quem nos odeia, ajudando quem nos despreza e demonstrando amor até aos nossos opositores — algo poderoso acontece. A Bíblia descreve isso como “amontoar brasas de fogo sobre a cabeça” dos inimigos (Romanos 12:20), ou seja, nossa bondade os constrange, despertando a consciência deles para a injustiça de suas ações.

Jesus deseja que, por meio do Espírito Santo, cultivemos frutos como amor, paz, paciência, bondade e domínio próprio (Gálatas 5:22,23). E todos esses frutos só se desenvolvem no contexto dos relacionamentos interpessoais. Isso significa que precisamos aprender a amar, suportar e até mesmo abençoar aqueles que se opõem a nós. Quando nos submetemos a Deus, Ele nos fortalece e nos torna mais resistentes ao mal que domina este mundo (Tiago 4:7).

Não é fácil, eu sei. É um grande desafio, sem dúvida. E sem o Espírito Santo, é impossível! Mas Deus não espera menos de nós.

Deus lhe abençoe!

"Faça todo o bem que puder, de todas as maneiras que puder." (John Wesley)

ORE: Senhor, ajuda-nos a vencer o mal com o bem. Enche-nos do Teu Espírito para que possamos agir com amor, paciência e misericórdia, mesmo diante da injustiça. Amém.

Deixe isso com Deus!

A vingança é uma das maiores tentações humanas. Ela nasce da ira, se sustenta no orgulho e é impulsionada pela mágoa. Quando alimentada, envenena o coração com amargura e faz crescer o desejo de ver o mal recair sobre aqueles que nos feriram.

O problema da vingança é que ela rebaixa a humanidade ao pior nível, tornando selvagens até aqueles que parecem civilizados. Movidos pela cólera, os vingadores assumem para si um senso distorcido de justiça, acreditando que seu rancor justifica suas ações. Em um coração vingativo, a crueldade, a violência e a maldade se tornam meras ferramentas de uma “justiça” doentia (Provérbios 13:2).

Entretanto, Deus é o único verdadeiramente Justo e capaz de executar a vingança com perfeição. Ele não delega essa função a ninguém porque somente Ele possui a equidade necessária para fazê-lo. Quando buscamos vingança com nossas próprias mãos, estamos, na prática, assumindo um papel que pertence exclusivamente a Deus. Isso não apenas nos afasta d'Ele, mas também revela uma falta de confiança na Sua justiça e fidelidade (Jó 4:17).

A Bíblia nos ensina qual deve ser a nossa atitude diante das ofensas: abençoar os que nos amaldiçoam, amar os que nos odeiam, perdoar os que nos ferem e ter misericórdia dos que pecam contra nós. Jesus nos chama a orar por nossos inimigos e desejar que sejam alcançados pela graça de Deus (Mateus 5:44).

Sabemos que isso não é fácil, mas não estamos sozinhos nessa caminhada. O Espírito Santo nos equipa com Seu fruto, capacitando-nos a amar e agir com benignidade, mesmo diante do mal (Gálatas 5:22,23).

Confie em Deus. Deixe a justiça nas mãos d’Ele.

Deus lhe abençoe!

"Se cremos que Deus é Justo e faz justiça aos que lhe pertencem, por que iríamos ofendê-lo com a nossa desconfiança na capacidade que Ele tem de executar, em nosso favor, o Seu julgamento contra os que nos fazem mal?" (Aureliano Jr.)

ORE: Deus Justo, confiamos em Ti e sabemos que cuidas de nós com zelo. Contenha o nosso ímpeto de buscar vingança por conta própria e ensina-nos a confiar na Tua justiça. Amém.