Jó critica Bildade

1 Então Jó respondeu:

2 "Como você sabe ajudar

o que não tem força!

Como você sabe socorrer o braço

que não tem vigor!

3 Como você sabe aconselhar

o que não tem sabedoria

e revelar plenitude

de verdadeiro conhecimento!

4 Com a ajuda de quem

você profere tais palavras?

E de quem é o espírito

que fala em você?"

Continuação da terceira fala de Bildade
A grandeza do poder de Deus

5 "Os mortos tremem

debaixo das águas

com os seus moradores.

6 O mundo dos mortos

está desnudo

diante de Deus,

e não há coberta para o abismo.

7 Ele estende o norte sobre o vazio

e faz a terra pairar sobre o nada.

8 Prende as águas

em densas nuvens,

e as nuvens não se rasgam

debaixo delas.

9 Encobre a face do seu trono

e sobre ele estende a sua nuvem.

10 Traçou um círculo

sobre a superfície das águas,

no limite entre a luz e as trevas.

11 As colunas do céu tremem

e se espantam

diante da sua ameaça.

12 Com a sua força dominou o mar

e com o seu entendimento

despedaçou o monstro Raabe.

13 Pelo seu sopro o céu se aclarou,

a sua mão feriu a serpente veloz.

14 Eis que isto são apenas

as bordas dos seus caminhos!

Dele temos ouvido

apenas um leve sussurro!

Mas o trovão do seu poder,

quem o entenderá?"

1 Então respondeu Jó:

2 Como sabes ajudar ao que não tem poder! Como prestar socorro ao braço que não tem força!

3 Que bons conselhos dás ao que não tem sabedoria, E em quão grande cópia revelas o verdadeiro conhecimento!

4 A quem diriges palavras? E de quem é o espírito que fala em ti?

5 Tremem debaixo das águas Os manes e os que ali habitam.

6 O Cheol está nu diante dele, E Abadom não tem o que lhe cubra.

7 Ele estende o norte sobre o vácuo, E suspende a terra sobre o nada.

8 Encerra as águas nas suas nuvens grossas, E com elas não se rasga a nuvem.

9 Encobre a face do seu trono, E sobre ele estende a sua nuvem.

10 Descreve um limite circular sobre a superfície das águas, Onde a luz e as trevas se confinam.

11 As colunas do céu tremem E se espantam das suas ameaças.

12 Com o seu poder agita o mar, E pelo seu entendimento traspassa a Raabe.

13 Pelo seu sopro os céus são embelezados, A sua mão fere a serpente veloz.

14 Eis que estas cousas são somente as bordas dos seus caminhos; Quão pequeno é o sussurro que dele ouvimos! Porém o trovão dos seus grandes feitos, quem o poderá entender?