1 Um dia Dina, a filha de Leia, quis ir ver as outras raparigas das proximidades.
2 Mas aconteceu que Siquem, filho de Hamor o heveu e rei daquela terra, viu-a e deitou-se com ela. E tendo ficado pro fundamente apaixonado pela moça procurou falar-lhe ao coração de forma a ganhar-lhe a afeição.
4 Falou também com o pai, pedindo-lhe que interviesse, porque queria casar com ela. Jacob naturalmente veio a saber o que tinha acontecido, mas não disse nada antes que os seus filhos, que estavam a guardar o rebanho por aquelas paragens, regressassem a casa.
6 O rei Hamor, pai de Siquem, veio então falar com Jacob, tendo chegado no momento em que também por sua vez os rapazes regressavam a casa. Estes ficaram tremendamente aborrecidos e tristes com esse facto, pois que o tomaram como um insulto, como um ultraje que lhes tivesse sido feito a eles próprios.
8 Hamor disse a Jacob: O meu filho está verdadeiramente apaixonado pela tua filha, e quer a todo o custo casar com ela. Peço-te então que a deixes ser a sua mulher. Além disso convidamo-vos, e à tua família, a ligarem-se connosco, a vi-verem aqui no nosso meio, e a deixarem as vossas moças casarem com os nossos rapazes, e as nossas filhas casarem com os vossos moços. Poderão instalar-se onde quiserem, e negociar como quiserem.
11 Depois foi a vez de Siquem falar ao pai e aos irmãos de Dina: Peço-vos muito a vossa simpatia, e que a deixem ser a minha mulher, suplicou. Poderei dar-vos tudo o que quiserem. Seja o que for que me pedirem como dote meu, pagar-vos-ei, conquanto possa tê-la por mulher.
13 Mas os irmãos dela mentiram-lhe, enganando-o; isso por causa da acção ultrajante que Siquem tinha feito à pequena. Por isso disseram: Não podemos autorizar porque não estás circuncidado. Seria uma desgraça para ela casar com um homem nas tuas condições. A menos que faças o que te dissermos - que todo o homem dentre vocês se circuncide. Nesse caso então sim, poderá haver casamentos entre nós, poderemos viver aqui e unirmo-nos a vocês de forma a tornarmo-nos um só povo. De outra forma tomaremos a pequena e vamo-nos embora.
18 Tanto Hamor como o filho, Siquem, concordaram satisfeitos; e este não perdeu tempo em satisfazer-lhe o pedido; tudo isso pelo muito que amava Dina. Ele tinha a certeza que ninguém, dos outros homens da cidade, se oporia àquela ideia, porque era muito respeitado e muito popular no meio da sua gente. Portanto Hamor e Siquem apresentaram-se perante o conselho da cidade e expressaram o assunto:
21 Esta gente é nossa amiga. Convidemo-los a viverem entre nós, negociemos com eles, e que se façam casamentos livremente entre eles e nós. Mas isto só poderá fazer-se sob uma condição, que todos os homens entre nós sejam circuncidados, tal como eles. Se aceitarmos esta condição, tudo o que eles têm virá, no fundo, a ser nosso, e a nossa terra tornar-se-á mais rica. Vamos, dêmos o nosso consentimento ao que pedem e poderão estabelecer-se aqui connosco.
24 Todos estiveram de acordo, tendo todos sido circuncidados. Contudo, três dias mais tarde, quando as suas feridas ainda estavam mal curadas, muito doridas e sensíveis, dois dos irmãos de Dina, Simeão e Levi, pegaram nas espadas, entraram na cidade sem encontrar oposição de ninguém, e assassinaram todos os homens da terra, incluindo Hamor e Siquem. Recuperaram Dina da casa de Siquem e regressaram ao acampamento. Depois ainda vieram os outros irmãos e saquearam a cidade; tudo por causa da desonra que tinha sido feita ali contra a sua irmã. Levaram o que encontraram tanto dentro como fora da povoação: ovelhas, gado bovino, jumentos, etc. E levaram ainda mulheres e crianças, despojando-os de tudo o que tinham em casa.
30 Mas Jacob teve de dizer a Simeão e a Levi: Vocês tornaram-me repelente para com o povo desta terra, os cananeus e os perizeus. Sendo nós tão poucos, facilmente virão contra nós para nos destruir todos.
31 Então, seria justo que ele tivesse tratado a nossa irmã como uma prostituta?, retorquiram.
1 Certa vez, Diná, a filha que Lia dera a Jacó, saiu para conhecer as mulheres daquela terra.
2 Siquém, filho de Hamor, o heveu, governador daquela região, viu-a, agarrou-a e violentou-a.
3 Mas o seu coração foi atraído por Diná, filha de Jacó, e ele amou a moça e falou-lhe com ternura.
4 Por isso Siquém foi dizer a seu pai Hamor: "Consiga-me aquela moça para que seja minha mulher".
5 Quando Jacó soube que sua filha Diná tinha sido desonrada, seus filhos estavam no campo, com os rebanhos; por isso esperou calado, até que regressassem.
6 Então Hamor, pai de Siquém, foi conversar com Jacó.
7 Quando os filhos de Jacó voltaram do campo e souberam de tudo, ficaram profundamente entristecidos e irados, porque Siquém tinha cometido um ato vergonhoso em Israel, ao deitar-se com a filha de Jacó — coisa que não se faz.
8 Mas Hamor lhes disse: "Meu filho Siquém apaixonou-se pela filha de vocês. Por favor, entreguem-na a ele para que seja sua mulher.
9 Casem-se entre nós; dêem-nos suas filhas e tomem para si as nossas.
10 Estabeleçam-se entre nós. A terra está aberta para vocês: Habitem-na, façam comércio nela e adquiram propriedades".
11 Então Siquém disse ao pai e aos irmãos de Diná: "Concedam-me este favor, e eu lhes darei o que me pedirem.
12 Aumentem quanto quiserem o preço e o presente pela noiva, e pagarei o que me pedirem. Tão-somente me dêem a moça por mulher".
13 Os filhos de Jacó, porém, responderam com falsidade a Siquém e a seu pai Hamor, por ter Siquém desonrado Diná, a irmã deles.
14 Disseram: "Não podemos fazer isso; jamais entregaremos nossa irmã a um homem que não seja circuncidado. Seria uma vergonha para nós.
15 Daremos nosso consentimento a vocês com uma condição: que vocês se tornem como nós, circuncidando todos os do sexo masculino.
16 Só então lhes daremos as nossas filhas e poderemos casar-nos com as suas. Nós nos estabeleceremos entre vocês e seremos um só povo.
17 Mas se não aceitarem circuncidar-se, tomaremos nossa irmã e partiremos".
18 A proposta deles pareceu boa a Hamor e a seu filho Siquém.
19 O jovem, que era o mais respeitado de todos os da casa de seu pai, não demorou em cumprir o que pediram, porque realmente gostava da filha de Jacó.
20 Assim Hamor e seu filho Siquém dirigiram-se à porta da cidade para conversar com os seus concidadãos. E disseram:
21 "Esses homens são de paz. Permitam que eles habitem em nossa terra e façam comércio entre nós; a terra tem bastante lugar para eles. Poderemos casar com as suas filhas, e eles com as nossas.
22 Mas eles só consentirão em viver conosco como um só povo sob a condição de que todos os nossos homens sejam circuncidados, como eles.
23 Lembrem-se de que os seus rebanhos, os seus bens e todos os seus outros animais passarão a ser nossos. Aceitemos então a condição para que se estabeleçam em nosso meio".
24 Todos os que saíram para reunir-se à porta da cidade concordaram com Hamor e com seu filho Siquém, e todos os homens e meninos da cidade foram circuncidados.
25 Três dias depois, quando ainda sofriam dores, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, pegaram suas espadas e atacaram a cidade desprevenida, matando todos os homens.
26 Mataram ao fio da espada Hamor e seu filho Siquém, tiraram Diná da casa de Siquém e partiram.
27 Vieram então os outros filhos de Jacó e, passando pelos corpos, saquearam a cidade onde sua irmã tinha sido desonrada.
28 Apoderaram-se das ovelhas, dos bois e dos jumentos, e de tudo o que havia na cidade e no campo.
29 Levaram as mulheres e as crianças, e saquearam todos os bens e tudo o que havia nas casas.
30 Então Jacó disse a Simeão e a Levi: "Vocês me puseram em grandes apuros, atraindo sobre mim o ódio dos cananeus e dos ferezeus, habitantes desta terra. Somos poucos, e se eles juntarem suas forças e nos atacarem, eu e a minha família seremos destruídos".
31 Mas eles responderam: "Está certo ele tratar nossa irmã como uma prostituta? "