1 Ai de Ariel , a cidade que David ocupou. Ano após ano vocês fazem as vossas muitas ofertas, podem até acrescentá-las, mas eu vos enviarei uma pesada sentença e haverá choro e tristeza.
2 Porque Jerusalém se tornará para mim num altar coberto de sangue.
3 Eu serei o vosso inimigo. Rodearei Jerusalém e levantarei um cerco contra ela; construirei à volta pontes de ataque para a destruir.
4 A tua voz será como um sopro, como um débil gemido, porque sairá debaixo da terra onde jazes enterrada.
5 No entanto, repentinamente, os teus implacáveis inimigos voarão para longe, como pó miúdo levado pelo vento. Num instante, eu, o Senhor dos exércitos, cairei sobre eles com raios, tremores de terra, tufões e fogo.
7 Todas as nações que combatem Israel desaparecerão como um sonho!
8 Tal como uma pessoa morrendo de fome sonha com comer, mas continua esfomeada, e um indivíduo cheio de sede sonha com beber, mas permanece enfraquecido com a sede ao acordar, assim os teus inimigos sonharão com uma conquista vitoriosa, mas que de maneira nenhuma alcançarão.
9 Vocês estão admirados e incrédulos? Não acreditam nisso? Pois então, já que o querem, continuem assim cegos e vão por diante! O vosso entendimento está obtuso - e não é de vinho, de maneira nenhuma! Cambaleiam, mas não é por terem bebido!
10 É porque o Senhor derramou sobre vocês um espírito de profundo adormecimento. Fechou os olhos dos vossos profetas e pregadores;
11 por isso todos estes acontecimentos futuros são como um livro fechado para eles. Dá-se esse livro a alguém que sabe ler, e dirá: Não posso lê-lo, está fechado e selado. Dá-se a outra pessoa que não sabe ler, e dirá: Tenho pena, mas nem sequer sei ler.
13 Assim, o Senhor diz: Este povo aproxima-se de mim só com os lábios, mas tem o seu coração afastado para longe de mim. Honra-me apenas com tradições humanas, aprendidas de cor.
14 Por isso continuarei a fazer uma obra de espanto com eles: a sabedoria dos seus sábios falhará, a capacidade dos seus técnicos será um malogro!
15 Ai dos que tentam esconder os seus planos de Deus, que tentam agir às escuras, para que Deus não veja! Deus não há-de ver-nos, dizem para consigo mesmos. Ele não sabe o que vamos fazendo!
16 Como é possível ser-se tão estúpido! Não será ele, o oleiro, muito maior do que vocês, os vasos de barro que ele faz? Serão vocês capazes de dizer: Não foi ele quem nos fez? Uma máquina dirá do seu inventor: Não percebe de nada?
17 Em breve o deserto do Líbano se tornará de novo num campo fér til, numa viçosa e abundante floresta.
18 Nesse dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e mesmo na sua escuridão os cegos compreenderão os meus planos.
19 Os amantes da paz serão cheios duma fresca alegria da parte do Senhor, e os pobres rejubilarão no santo de Israel.
20 Os tiranos serão reduzidos a nada, os escarnecedores acabarão, e os que conspiram o mal serão mortos -
21 o violento, que briga com o seu próximo sem razão alguma, os que, escondidos, fazem uma espera para bater no juiz que os sentenciou, e os que em qualquer situação são sempre desonestos e injustos.
22 Esta é a razão porque o Senhor, que resgatou Abraão, diz: O meu povo não mais empalidecerá de temor, nem será envergonhado.
23 Porque quando eles virem os seus filhos e o que vou fazer no meio deles, então me reconhecerão como o Deus santo de Jacob, e ficarão espantados. Louvarão o Santo de Israel, e o adorarão.
24 Os que andam no erro acreditarão na verdade, e os que sempre refilam terão enfim desejo de ser ensinados!
1 Ai de Ariel! Ariel, a cidade onde acampou Davi. Acrescentem um ano a outro e deixem seguir o seu ciclo de festas.
2 Mas eu sitiarei Ariel, que vai chorar e lamentar-se, e vai ser para mim como uma fornalha de altar.
3 Acamparei ao seu redor; eu a cercarei de torres e instalarei contra você minhas obras de cerco.
4 Lançada ao chão, de lá você falará; do pó virão em murmúrio as suas palavras. Fantasmagórica, subirá sua voz da terra; um sussurro vindo do pó será sua voz.
5 Mas os seus muitos inimigos se tornarão como o pó fino, as hordas cruéis, como palha levada pelo vento. Repentinamente, de golpe,
6 o Senhor dos Exércitos virá com trovões e terremoto e estrondoso ruído, com tempestade e furacão e chamas de um fogo devorador.
7 Então as hordas de todas as nações que lutam contra Ariel, que investem contra ele e contra a sua fortaleza e a sitiam, serão como acontece num sonho, numa visão noturna,
8 como quando um homem faminto sonha que está comendo, mas acorda e sua fome continua; como quando um homem sedento sonha que está bebendo, mas acorda enfraquecido, sem ter saciado a sede. Assim será com as hordas de todas as nações que lutam contra o monte Sião.
9 Pasmem e fiquem atônitos! Ceguem-se a si mesmos e continuem cegos! Estão bêbados, não porém de vinho, cambaleiam, mas não pela bebida fermentada.
10 O Senhor trouxe sobre vocês um sono profundo: fechou os olhos de vocês, profetas; cobriu as cabeças de vocês, videntes.
11 Para vocês toda esta visão não passa de palavras seladas num livro. E se vocês derem o livro a alguém que saiba ler e lhe disserem: "Leia, por favor", ele responderá: "Não posso; está lacrado".
12 Ou, se vocês derem o livro a alguém que não saiba ler e lhe disserem: "Leia, por favor", ele responderá: "Não sei ler".
13 O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens.
14 Por isso uma vez mais deixarei atônito esse povo com maravilha e mais maravilha; a sabedoria dos sábios perecerá, a inteligência dos inteligentes se desvanecerá".
15 Ai daqueles que descem às profundezas para esconder seus planos do Senhor, que agem nas trevas e pensam: "Quem é que nos vê? Quem ficará sabendo? "
16 Vocês viram as coisas de cabeça para baixo! Como se fosse possível imaginar que o oleiro é igual ao barro! Acaso o objeto formado Pode dizer àquele que o formou: "Ele não me fez"? E o vaso poderá dizer do oleiro: "Ele nada sabe"?
17 Acaso o Líbano não será logo transformado em campo fértil, e não se pensará que o campo fértil é uma floresta?
18 Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e, não mais em trevas e escuridão, os olhos dos cegos tornarão a ver.
19 Mais uma vez os humildes se alegrarão no Senhor, e os necessitados exultarão no Santo de Israel.
20 Será o fim do cruel, o zombador desaparecerá e todos os de olhos inclinados para o mal serão eliminados,
21 os quais com uma palavra tornam réu o inocente, no tribunal trapaceiam contra o defensor e com testemunho falso impedem que se faça justiça ao inocente.
22 Por isso o Senhor, que redimiu Abraão, diz à descendência de Jacó: "Jacó não será mais humilhado; e o seu rosto não tornará a empalidecer.
23 Quando ele vir em seu meio os seus filhos, a obra de minhas mãos, proclamarão o meu santo nome; reconhecerão a santidade do Santo de Jacó,
24 e no temor do Deus de Israel permanecerão. Os desorientados de espírito obterão entendimento; e os queixosos vão aceitar instrução".