1 Uma vez mais juntou-se enorme multidão na praia em torno de Jesus enquanto ensinava, pelo que entrou num bote e sentou-se, falando dali.
2 Tinha o costume de ensinar o povo, contando-lhe parábolas. Foi assim que contou uma delas:
3 Ouçam bem. Um lavrador resolveu semear um pouco de grão. Todavia, enquanto o espalhava pelo campo, parte da semente caiu num caminho, e as aves vieram e, apanhando-a no chão duro, comeram-na.
5 Outra parte caiu em terra pouco profunda, com pedras por baixo. Cresceu depressa, mas logo murchou com o calor do Sol e morreu, porque as raízes não conseguiam alimentar-se naquele solo pouco fundo.
7 Outras sementes caíram entre espinhos, que não tardaram a crescer e a sufocar as plantas tenras, pelo que não deram grão.
8 Mas algumas sementes caíram em terra boa e deram trinta vezes o que o lavrador semeou; algumas delas até sessenta ou cem vezes tanto! Se têm ouvidos, ouçam!
13 Mas, se não conseguem entender esta ilustração tão simples, como compreenderão vocês as outras que vos hei-de dar??
14 O semeador de quem falei é qualquer pessoa que leva a mensagem da boa nova de Deus aos outros.
15 O caminho duro, onde caiu alguma da semente, representa o coração de alguns daqueles que ouvem a mensagem de Deus. Satanás, porém, logo acode para que a esqueçam.
16 A terra com muita pedra representa os que ouvem a mensagem com alegria. Mas tal como as plantas com raízes não muito fundas, embora ao princípio o crescimento seja animador, murcham mal começa a perseguição.
18 A terra de espinhos representa o coração dos que escutam as boas novas e as recebem. Todavia, bem cedo se fazem sentir os cuidados da vida, as delícias das riquezas, e as tentações; tudo isto aparece e expulsa a mensagem de Deus do seu coração, de modo que não dão nenhum fruto.
20 Mas a terra boa representa o coração daqueles que verdadeiramente aceitam a mensagem de Deus e produzem uma colheita abundante para ele-trinta, sessenta, ou até cem vezes tanto quanto foi semeado no seu coração.
21 Jesus perguntou-lhes: Quando alguém acende um candeeiro, será que coloca uma caixa por cima para esconder a luz? Claro que não! A luz assim não se veria nem serviria para nada. Um candeeiro coloca-se num lugar alto para brilhar e ser útil.
22 Tudo quanto agora está escondido acabará por vir à luz.
23 Se têm ouvidos, ouçam!ã
24 Dêem atenção ao que ouvem. Quanto mais o fizerem, melhor entenderão o que vos digo.,
25 Quem obedece à palavra de Deus receberá mais compreensão; àquele que ouve e não obedece, até o pouco que possa compreender lhe será tirado.
26 Vou mostra-vos outra maneira de explicar com que se parece o reino de Deus: Um lavrador semeou o seu campo e foi-se embora. Enquanto os dias passavam, as sementes foram crescendo sem a sua ajuda, pois era a terra que fazia as sementes crescerem. Primeiro foi uma folha que apareceu, mais tarde formaram-se as espigas de trigo, até que por fim o grão amadureceu. Então o lavrador veio logo com a foice e tratou de o colher.
30 Como vos descreverei eu o reino de Deus? Que história contarei para o explicar? É como uma semente de mostarda muito pequenina que, embora seja uma das sementes de menor tamanho, vai crescendo e se transforma numa das maiores plantas que há, com grandes ramos onde as aves podem fazer os ninhos e abrigar-se.
33 Servia-se de muitas ilustrações assim para ensinar o povo até onde ele o podia entender. Diante do povo, só ensinava por meio de parábolas, mas, quando estava a sós com os discípulos, explicava-lhes o que pretendia dizer.
35 Ao cair da tarde, Jesus disse aos discípulos: Vamos atravessar para a outra margem do lago
36 Entraram no barco onde ele já estava e começaram a travessia, deixando a multidão para trás, embora os seguissem outros barcos.
37 Mas logo se levantou grande temporal. Ondas enormes começaram a rebentar dentro do barco, que, quase cheio de água, corria grande perigo de ir ao fundo.
38 Entretanto, Jesus dormia deitado na popa, com a cabeça numa almofada. Inquietos, acordaram-no gritando: Mestre, não te preocupa que estejamos quase a morrer afogados?
39 Então repreendeu o vento e disse ao mar: Aquieta-te!, e o vento parou, fazendo-se uma grande calma.-
40 Porque estavam com tanto medo? Ainda não têm confiança em mim?
41 Eles, tomados de espanto, diziam uns aos outros: Quem é este homem, que até os ventos e as ondas lhe obedecem?
1 Novamente Jesus começou a ensinar à beira-mar. Reuniu-se ao seu redor uma multidão tão grande que ele teve que entrar num barco e assentar-se nele. O barco estava no mar, enquanto todo o povo ficava na beira da praia.
2 Ele lhes ensinava muitas coisas por parábolas, dizendo em seu ensino:
3 "Ouçam! O semeador saiu a semear.
4 Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram.
5 Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda.
6 Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz.
7 Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto.
8 Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um".
9 A seguir Jesus acrescentou: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça! "
10 Quando ele ficou sozinho, os Doze e os outros que estavam ao seu redor lhe fizeram perguntas acerca das parábolas.
11 Ele lhes disse: "A vocês foi dado o mistério do Reino de Deus, mas aos que estão fora tudo é dito por parábolas,
12 a fim de que, ‘ainda que vejam, não percebam, ainda que ouçam, não entendam; de outro modo, poderiam converter-se e ser perdoados! ’"
13 Então Jesus lhes perguntou: "Vocês não entendem esta parábola? Como, então, compreenderão todas as outras parábolas?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a palavra é semeada. Logo que a ouvem, Satanás vem e retira a palavra nelas semeada.
16 Outras, como a semente lançada em terreno pedregoso, ouvem a palavra e logo a recebem com alegria.
17 Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandonam.
18 Outras ainda, como a semente lançada entre espinhos, ouvem a palavra;
19 mas quando chegam as preocupações desta vida, o engano das riquezas e os anseios por outras coisas, sufocam a palavra, tornando-a infrutífera.
20 Outras pessoas são como a semente lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão uma colheita de trinta, sessenta e até cem por um".
21 Ele lhes disse: "Quem traz uma candeia para ser colocada debaixo de uma vasilha ou de uma cama? Acaso não a coloca num lugar apropriado?
22 Porque não há nada oculto, senão para ser revelado, e nada escondido senão para ser trazido à luz.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!
24 "Considerem atentamente o que vocês estão ouvindo", continuou ele. "Com a medida com que medirem, vocês serão medidos; e ainda mais lhes acrescentarão.
25 A quem tiver, mais lhe será dado; de quem não tiver, até o que tem lhe será tirado".
26 Ele prosseguiu dizendo: "O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra.
27 Noite e dia, quer ele durma quer se levante, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como.
28 A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga.
29 Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita".
30 Novamente ele disse: "Com que compararemos o Reino de Deus? Que parábola usaremos para descrevê-lo?
31 É como um grão de mostarda, que, quando plantada, é a menor semente de todas.
32 No entanto, plantada, ela cresce e se torna a maior de todas as hortaliças, com ramos tão grandes que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra".
33 Com muitas parábolas semelhantes Jesus lhes anunciava a palavra, tanto quanto podiam receber.
34 Não lhes dizia nada sem usar alguma parábola. Quando, porém, estava a sós com os seus discípulos, explicava-lhes tudo.
35 Naquele dia, ao anoitecer, disse ele aos seus discípulos: "Vamos atravessar para o outro lado".
36 Deixando a multidão, eles o levaram no barco, assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam.
37 Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este foi se enchendo de água.
38 Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: "Mestre, não te importas que morramos? "
39 Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: "Aquiete-se! Acalme-se! " O vento se aquietou, e fez-se completa bonança.
40 Então perguntou aos seus discípulos: "Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé? "
41 Eles estavam apavorados e perguntavam uns aos outros: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? "