1 Estes provérbios a seguir foram descobertos e copiados pelos secretários de Ezequias, rei de Judá:

2 É um privilégio de Deus o manter certos actos seus em mistério; mas por seu lado os governantes têm como privilégio examinar tudo o que se passa. Contudo há coisas impenetráveis: o infinito do universo, as profundezas do nosso planeta e, frequentemente, as verdadeiras intenções políticas dos governantes!

4 Tiradas as escórias da prata, fica-se com prata de lei, pronta para o joalheiro. Da mesma forma, quando a administração pública é limpa de homens corruptos, o governo torna-se estável e firma-se na justiça.

6 Não te engrandeças a ti mesmo na presença das autoridades ou dos governantes, nem forces para que te considerem uma alta individualidade. Porque vale mais que sejam eles a convidar-te para o círculo das pessoas importantes, do que arriscares-te a ser publicamente envergonhado por não te tomarem em consideração.

8 Não estejas com muita pressa em levar a tribunal uma questão que tenhas com alguém. A conclusão do processo pode não te ser favorável e sujeitas-te a ficares numa situação extremamente desagradável. É preferível tentares liquidar o assunto directamente com a pessoa com quem estás em conflito. Em qualquer dos casos não tornes públicas as confidências que terceiros te tenham feito, para que, ao ouvirem-no, estes não venham a insultar-te e tu não tenhas mais meios de te livrares das calúnias.

11 Como maçãs douradas numa salva de prata, assim é uma boa palavra dita a seu tempo.

12 Como uma condecoração, ou como um distintivo de elevada honra, assim é a crítica sincera, objectiva e justa, para aquele que a sabe aceitar.

13 Como a frescura da neve no auge dos calores do Verão, assim é aquele que cumpre fielmente a sua missão para com quem o mandou.

14 Uma pessoa que promete, mas que nunca chega a dar, é como nuvens que passam sobre a terra seca sem nunca trazerem chuva.

15 Com muita paciência pode chegar-se a convencer até mesmo um magistrado; e as palavras brandas são capazes de quebrar ossos duros.

16 Gostas de mel? Não comas demais para que não venhas a enjoá-lo.

17 Não visites demais o teu amigo, senão, a certa altura, ele não poderá mais suportar-te.

18 Dizer mentiras sobre alguém fere tanto como se se lhe batesse com uma vara de ferro, ou o ferisse com uma arma.

19 Confiar num indivíduo desleal quando estamos aflitos é comer carne com um dente quase a partir-se ou correr com um osso do pé deslocado.

20 Pôr-se a cantar cantigas alegres ou dizendo piadas junto de quem está a sofrer, é a mesma coisa do que obrigar alguém a andar em camisa num dia de muito frio, ou esfregar uma ferida com sal!

21 Se aquele que te aborrece tem fome, dá-lhe de comer! Se tem sede, dá-lhe de beber! Porque assim fazendo fá-lo-ás sentir a vergonha , e Deus te recompensará.

23 Assim como o vento do norte traz o frio , também uma resposta torta provoca a ira.

24 Vale mais viver num canto dum sótão, do que numa bela casa mas com uma mulher implicadora e rabugenta.

25 Como água bem fresca para quem está sedento e cansado, assim são as boas notícias que se recebem de longe.

26 Um homem justo, mas que se compromete com os ímpios, é como uma fonte poluída, ou um poço que fica cheio de lama.

27 Tal como não é bom comer mel em exagero, assim também não está certo uma pessoa passar a vida a pensar nas honras que teria merecido.

28 Uma pessoa que não sabe ou não pode controlar-se é como uma cidade aberta, sem muralhas.

1 Estes são outros provérbios de Salomão, compilados pelos servos de Ezequias, rei de Judá:

2 A glória de Deus é ocultar certas coisas; tentar descobri-las é a glória dos reis.

3 Assim como o céu é elevado e a terra é profunda, também o coração dos reis é insondável.

4 Quando se retira a escória da prata, nesta se tem material para o ourives;

5 quando os ímpios são retirados da presença do rei, a justiça firma o seu trono.

6 Não se engrandeça na presença do rei, e não reivindique lugar entre os homens importantes;

7 é melhor que ele lhe diga: "Suba para cá! ", do que ter que humilhá-lo diante de uma autoridade. O que você viu com os olhos

8 não leve precipitadamente ao tribunal, pois o que você fará, se o seu próximo o desacreditar?

9 Procure resolver sua causa diretamente com o seu próximo, e não revele o segredo de outra pessoa,

10 caso contrário, quem o ouvir poderá recriminá-lo e você jamais perderá sua má reputação.

11 A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata.

12 Como brinco de ouro e enfeite de ouro fino é a repreensão dada com sabedoria a quem se dispõe a ouvir.

13 Como o frescor da neve na época da colheita é o mensageiro de confiança para aqueles que o enviam; ele revigora o ânimo de seus senhores.

14 Como nuvens e ventos sem chuva é aquele que se gaba de presentes que não deu.

15 Com muita paciência pode-se convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos.

16 Se você encontrar mel, coma apenas o suficiente, para que não fique enjoado e vomite.

17 Não faça visitas freqüentes à casa do seu vizinho para que ele não se canse de você e passe a odiá-lo.

18 Como um pedaço de pau, uma espada ou uma flecha aguda é o que dá falso testemunho contra o seu próximo.

19 Como dente estragado ou pé deslocado é a confiança no hipócrita na hora da dificuldade.

20 Como tirar a própria roupa num dia de frio, ou derramar vinagre numa ferida, é cantar com o coração entristecido.

21 Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber.

22 Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o Senhor recompensará você.

23 Como o vento norte traz chuva, assim a língua fingida traz o olhar irado.

24 Melhor é viver num canto sob o telhado do que repartir a casa com uma mulher briguenta.

25 Como água fresca para a garganta sedenta é a boa notícia que chega de uma terra distante.

26 Como fonte contaminada ou nascente poluída, assim é o justo que fraqueja diante do ímpio.  

27 Comer mel demais não é bom, nem é honroso buscar a própria honra.

28 Como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se.