2 A luz te rodeia como um manto sublime, como um imponente reposteiro, que se estende de uma ponta à outra do firmamento!

3 Escavaste na superfície da terra abismos que encheste com os oceanos. Fazes-te transportar nas nuvens.

4 Voas nas asas do vento! Os teus mensageiros são ventos e os teus ministros eficazes como fogo.

5 És tu quem sustenta a Terra para que não se desintegre no espaço.

6 Envolveste a terra com os oceanos, e até altas montanhas ficaram submersas.

7 Falaste, e ao som da tua voz as águas se juntaram e formaram os oceanos,

8 ergueram-se as altas cordilheiras, cavaram-se os vales, tudo à medida da tua vontade.

9 Impuseste um limite aos mares de forma a não mais cobrirem a terra.

10 Deus fez rebentar nascentes nos vales que depois percorrem a terra, entre os montes, dando de beber a todos os animais.

11 Até os animais selvagens matam nelas a sua sede.

12 Junto desses rios e ribeiros fazem as aves os seus ninhos, cantando entre a ramagem das árvores.

13 Ele manda que a chuva caia sobre as montanhas e que a terra se encha de frutos.

14 Faz crescer a erva que alimenta os animais. Toda a vegetação existe para benefício da humanidade, que assim tira da terra grande parte do seu sustento,

15 tal como o vinho que lhe alegra o coração,e o azeite que, além do mais, até lhe serve de loção para a pele, e ainda o pão, necessário para lhe renovar as forças diariamente.

16 Foi o Senhor que plantou os grandiosos cedros do Líbano, altíssimos e viçosos,

17 nos quais se aninham os mais variados pássaros - a cegonha é nos ciprestes que se abriga.

18 No alto das montanhas refugiam-se as cabras monteses, e até mesmo as rochas não são inúteis, quanto mais não seja porque nelas se abrigam os coelhos!

19 Deus estabeleceu que a Lua marcasse os tempos, e que o Sol limitasse os dias.

20 Ordenou a sucessão das noites; e é aproveitando a sua escuridão que os animais das matas saem das tocas.

21 Então os filhotes dos leões rugem pedindo comida, e é Deus quem se ocupa deles.

22 Assim que o Sol nasce de novo, se esgueiram de volta para os covis.

23 É então a altura do homem sair para as suas fainas e actividades até que novamente caia a noite.

24 Senhor, como é tão variada a tua criação! Com que sabedoria tu fizeste todas as coisas! A Terra está cheia das tuas riquezas!

25 Basta olhar para esse vasto oceano onde vive uma infinidade de criaturas maravilhosas, dos mais diversos tamanhos!

26 E não só isso, mas essas mares imensos são também cruzados por toda a espécie de navios. E neles até pode brincar a grande e forte baleia!

27 Cada um desses seres vivos depende de ti para o seu sustento diário.

28 Tu o forneces e eles não têm mais do que o colher! Abres, a favor deles, a tua mão, e satisfazem-se com a tua generosidade.

29 Contudo, basta que te afastes deles por algum tempo para que fiquem perdidos. Se param de respirar, morrem, reduzidos a pó da terra!

30 Mas pelo teu Espírito, que envias à Terra, nasce uma vida nova, e assim renovas a tua criação.

31 Louvemos Deus, sem cessar! Como ele deve alegrar-se nas suas próprias obras!

32 A Terra treme sob o seu olhar. Tocando Deus nas montanhas, logo se inflamam!

33 Cantarei ao Senhor enquanto eu viver. Cantarei louvores ao meu Deus até ao fim da vida!

34 Seja-lhe agradável a minha meditação. Ele é a fonte de toda a minha alegria.

35 O meu desejo é que, um dia, todos os pecadores venham a desaparecer de sobre a face da Terra, e que não mais exista gente que faça o mal. A minha vida sempre louvará o Senhor, e comigo, que toda a gente louve também o Senhor!

1 Bendiga ao Senhor a minha alma! Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso! Estás vestido de majestade e esplendor!

2 Envolto de luz como numa veste, ele estende os céus como uma tenda,

3 e põe sobre as águas dos céus as vigas dos seus aposentos. Faz das nuvens a sua carruagem e cavalga nas asas do vento.

4 Faz dos ventos seus mensageiros e dos clarões reluzentes seus servos.

5 Ele firmou a terra sobre os seus fundamentos para que jamais se abale;

6 com as torrentes do abismo a cobriste, como se fossem uma veste; as águas subiram acima dos montes.

7 Diante das tuas ameaças as águas fugiram, puseram-se em fuga ao som do teu trovão;

8 subiram pelos montes e escorreram pelos vales, para os lugares que tu lhes designaste.

9 Estabeleceste um limite que não podem ultrapassar; jamais tornarão a cobrir a terra.

10 Fazes jorrar as nascentes nos vales e correrem as águas entre os montes;

11 delas bebem todos os animais selvagens, e os jumentos selvagens saciam a sua sede.

12 As aves do céu fazem ninho junto às águas e entre os galhos põem-se a cantar.

13 Dos seus aposentos celestes ele rega os montes; sacia-se a terra com o fruto das tuas obras!

14 É ele que faz crescer o pasto para o gado, e as plantas que o homem cultiva, para da terra tirar o alimento:

15 o vinho, que alegra o coração do homem; o azeite, que faz brilhar o rosto, e o pão que sustenta o seu vigor.

16 As árvores do Senhor são bem regadas, os cedros do Líbano que ele plantou;

17 nelas os pássaros fazem ninho, e nos pinheiros a cegonha tem o seu lar.

18 Os montes elevados pertencem aos bodes selvagens, e os penhascos são um refúgio para os coelhos.

19 Ele fez a lua para marcar estações; o sol sabe quando deve se pôr.

20 Trazes trevas, e cai a noite, quando os animais da floresta vagueiam.

21 Os leões rugem à procura da presa, buscando de Deus o alimento,

22 mas ao nascer do sol eles se vão e voltam a deitar-se em suas tocas.

23 Então o homem sai para o seu trabalho, para o seu labor até o entardecer.

24 Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste.

25 Eis o mar, imenso e vasto. Nele vivem inúmeras criaturas, seres vivos, pequenos e grandes.

26 Nele passam os navios, e também o Leviatã, que formaste para com ele brincar.

27 Todos eles esperam em ti para que lhes dês o alimento no tempo certo;

28 tu lhes dás, e eles o recolhem, abres a tua mão, e saciam-se de coisas boas.

29 Quando escondes o rosto, entram em pânico; quando lhes retiras o fôlego, morrem e voltam ao pó.

30 Quando sopras o teu fôlego, eles são criados, e renovas a face da terra.

31 Perdure para sempre a glória do Senhor! Alegre-se o Senhor em seus feitos!

32 Ele olha para a terra, e ela treme, toca os montes, e eles fumegam.

33 Cantarei ao Senhor toda a minha vida; louvarei ao meu Deus enquanto eu viver.

34 Seja-lhe agradável a minha meditação, pois no Senhor tenho alegria.

35 Sejam os pecadores eliminados da terra e deixem de existir os ímpios. Bendiga ao Senhor a minha alma! Aleluia!