1 Lembra-te do teu Criador na tua mocidade, antes que venham os maus anos- em que já não tenhas prazer na vida.
2 Será demasiado tarde, então, quando o Sol, a luz, a Lua, as estrelas se escurecerem e que já não haja raios de Sol brilhando entre as nuvens.
3 Porque há-de vir um tempo em que os teus membros tremerão sob o peso dos anos; as tuas pernas enfraquecerão; terás poucos dentes para mastigar; virá a perda de vista.
4 Os teus lábios se fecharão enquanto comes! Acordarás de manhã cedo, quando se ouvirem os primeiros cantos das aves; mas tu próprio serás surdo a esses sons.
5 Terás medo das alturas, terás medo de cair. Serás um velho de cabelos todos brancos, arrastando-se a si próprio; faltar-te-ão os apetites. Estarás às portas da morte, abeirando-te da tua eterna morada, enquanto os pranteadores vão percorrendo a cidade.
6 Sim, lembra-te do teu Criador agora, enquanto és novo, antes que se rompam as cadeias de prata, com o líquido da vida, e que se despedace a taça de ouro e se quebre o cântaro junto à fonte, e a nora junto ao poço; antes que o pó volte à terra donde veio e que o espírito retorne a Deus, que o deu.
8 Tudo é como um sopro, diz o pregador, profundamente supérfluo.
9 Então, como o pregador era sábio, continuou ensinando ao povo tudo o que sabia; coligiu assim provérbios e ordenou-os.
10 Porque o pregador foi, não só um homem entendido, como um bom ensinador. Não só ensinou ao povo o que sabia, como o fez da forma mais interessante.
11 As palavras do sábio são como aguilhões, que espicaçam à acção. São como pregos bem fixados. E os melhores estudantes são aqueles que retêm bem a matéria que lhes foi transmitida pelo único pastor.
12 Mas, meu filho, tem cuidado: não há limite para a expressão de opiniões; pode-se passar a vida toda a estudá-las; mas acaba por se ficar cansado.
13 Esta é a minha conclusão final: teme Deus e obedece aos seus mandamentos; este é o dever de todo o ser humano.
14 Deus nos julgará por tudo o que fazemos, incluindo o que está encoberto, seja bom, seja mau.