1 Então Jesus, cheio do Espírito Santo, deixou o rio Jordão e foi impelido pelo Espírito para as terras áridas e desérticas da Judeia, onde o Diabo o tentou durante quarenta dias. No decurso de todo este tempo, não comeu; por fim sentiu fome.
3 E Satanás disse-lhe: Se és o Filho de Deus, manda a estas pedras que se transformem em pão.
4 Mas Jesus respondeu: Está dito nas Escrituras: 'Nem só de pão viverá o homem'.
5 Então Satanás levou-o a um alto sítio e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo:
6 Dou-te todos estes reinos e a sua glória, porque, como me pertencem, posso dá-los a quem eu quiser. Somente, terás de me adorar.
8 É assim que vem nas Escrituras.
13 Quando o diabo pôs fim a todas estas tentações, deixou-o por algum tempo e foi-se embora.
14 Então Jesus voltou para a Galileia, cheio do poder do Espírito Santo, e em breve era conhecido em toda aquela região. Ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam.
16 Quando foi à aldeia de Nazaré, terra da sua infância, dirigiu-se, como de costume, à sinagoga no sábado e levantou-se para ler as Escrituras. Deram-lhe o livro de Isaías, e abriu-o no lugar onde está escrito:
20 Fechando o livro, tornou a dá-lo ao assistente e sentou-se, enquanto todos na sinagoga o miravam atentamente. E começou por dizer:Hoje se cumpriram estas Escrituras!
22 Os que ali se achavam louvaram-no, admirados com as belas palavras que lhe saíam dos lábios. Como pode ser isto?, perguntavam. Não é o filho de José?
23 E ele disse mais: Talvez me digam aquele provérbio: 'Médico, cura-te a ti mesmo
28 Estas palavras provocaram a ira do auditório. Levantando-se, atacaram Jesus e levaram-no à beira do monte, sobre o qual a cidade se erguia, a fim de o empurrarem para o precipício. Ele, porém, atravessando a multidão, deixou-os.
31 Então Jesus foi para Cafarnaum, cidade da Galileia, ensinando na sinagoga local todos os sábados. E também ali o povo se admirava do seu ensino, porque falava com autoridade.
33 Certa vez, estando a ensinar na sinagoga, um homem possuído pelo demónio começou a gritar para Jesus: Vai-te embora! Não queremos nada contigo, Jesus de Nazaré! Vieste para nos destruir! Sei quem és, o Santo de Deus.
35 Jesus, porém, impediu-o de falar. Cala-te!, disse ao demónio. Sai dele! O demónio atirou o homem por terra, à vista da multidão, e deixou-o sem lhe fazer mais mal nenhum.
36 Admirado, o povo perguntava: Que há nas suas palavras que até os demónios lhe obedecem? A notícia do que tinha feito depressa se espalhou por toda a região.
38 Depois de deixar a sinagoga naquele dia, dirigiu-se a casa de Simão, encontrando a sogra deste muito doente e com febre alta. Cura-a, pediam-lhe todos. Chegando junto dela, Jesus mandou que a febre baixasse, e logo a temperatura voltou ao normal; e a mulher, levantando-se, preparou-lhes comida.
40 Quando o Sol se pôs naquela tarde, toda a gente do lugar que tinha qualquer doente em casa, fosse qual fosse a doença, o trouxe a Jesus; e o toque das suas mãos curava-os! Uns estavam possuídos de demónios e, à sua ordem, saíam gritando: Tu és o Filho de Deus! E, como sabiam que ele era o Cristo, ordenava-lhes que se calassem.
42 No outro dia de manhã cedo, Jesus saiu para um lugar sossegado. O povo procurava-o. Quando o encontraram, pediram-lhe muito que não os deixasse.
43 Porém, respondeu: Tenho de pregar as boas novas do reino de Deus também noutros lugares, pois para isso fui enviado.
44 Continuou assim a andar de terra em terra, pregando nas sinagogas de toda a Judeia.